Como foi dito anteriormente, a violência emocional pode ser evidente ou acontecer de maneira passiva. Com críticas, alfinetadas e implicâncias constantes e desnecessárias. Quem sofre com esse tipo de violência pode acabar se perdendo das suas próprias vontades e se tornar uma pessoa submissa. Sabe quando alguém perde aquele brilho pessoal e se torna opaca? Com isso, problemas físicos e emocionais mais sérios podem ser desenvolvidos. São eles:
• Crises de ansiedade
• Depressão
• Baixa autoestima e autoimagem negativa
• Dificuldade para se concentrar em outras tarefas
• Insônia
• Isolamento social
• Sentimento de culpa
• Falta de confiança e sentimento de impotência
A empatia é a base do trabalho de Preparação Emocional.
Empatia é a capacidade de nos colocar no lugar do outro, de sentir o que o outro sente e reagir de acordo com isso.
Como pais empáticos, ao ver nossos filhos chorando, conseguimos nos colocar no lugar deles e sentir sua dor. Ao vê-los irritados, batendo o pé, podemos sentir a frustração e a raiva que eles sentem. E desta forma, nossos filhos nos veem como aliados.
Dizer a uma criança como ela deve sentir-se só a faz desconfiar do que ela sente, o que a deixa insegura e a faz perder a autoestima. Por outro lado, se dizemos à criança que ela tem o direito de sentir, mas pode ser que haja formas mais adequadas de expressar o que sente, ela fica como o caráter e a autoestima intactos. E fica sabendo que tem um adulto compreensivo do seu lado para ajudá-la a deixar de se sentir mal e encontrar uma solução.
Quando procuramos compreender a experiência de nossos filhos, eles se sentem amparados. Sabem que estamos do lado deles. Quando deixamos de criticá-los, de fazer pouco do que sentem ou de tentar desviá-los de seus objetivos, eles se abrem conosco. Dão opiniões. Suas motivações ficam menos misteriosas, o que, por sua vez, faz com que haja mais compreensão. Nossos filhos começam a confiar em nós.
São cinco os passos da Preparação Emocional, passos que os pais devem usar para colocar empatia em suas relações com os filhos:
1) Perceber a emoção da criança.
Os pais primeiro precisam perceber suas próprias emoções para chegarem às emoções de seus filhos. Precisam tornar-se emocionalmente conscientes, ou seja, ter capacidade de reconhecer e identificar as próprias emoções e os próprios sentimentos e perceber as emoções do outro.
Muitas vezes, as crianças expressam as emoções de forma indireta. Entre os sinais de que uma criança tem algum problema emocional, estão a fome exagerada, perda de apetite, pesadelos, queixas de dor de cabeça e dor de estômago. Crianças já acostumadas a usar o vaso sanitário podem voltar a urinar na cama.
2) Reconhecer a emoção como uma oportunidade de intimidade e transmissão de experiência.
Alguns pais tentam ignorar os sentimentos negativos da criança esperando que eles passem, mas não é assim que as emoções funcionam. Os sentimentos negativos, como raiva, medo e tristeza, se dissipam quando a criança pode falar sobre suas emoções, nomeá-las e sentir-se compreendida. Este é o momento dos pais demonstrarem empatia, ganhar intimidade com os filhos e ensinar-lhes maneiras de lidar com estes sentimentos.
3) Escutar com empatia, legitimando os sentimentos da criança.Para entrar em sintonia com as emoções de seu filho, você precisa prestar atenção à linguagem corporal, às expressões faciais e aos gestos dele. E o mais importante de tudo, usar o coração para sentir verdadeiramente o que seu filho está sentindo.
4) Ajudar a criança a nomear e verbalizar as emoções.
Os pais devem ajudar seus filhos a verbalizar o que eles estão sentindo. Isso não significa dizer à criança como ela deve sentir-se. Significa apenas ajudá-la a desenvolver um vocabulário para expressar exatamente como se sente.
5) Impor limites e, ao mesmo tempo, ajudar a criança a resolver seus problemas.
É importante a criança entender que seus sentimentos não são o problema, seu mau comportamento é que é. Todos os sentimentos e todos os desejos são aceitáveis, mas nem todos os comportamentos o são. Portanto, os pais têm que impor limites aos atos, não aos desejos e sentimentos.
As famílias saem-se melhor com métodos que estabelecem limites claros e regras compreensíveis e que permitem que a criança conserve o senso de dignidade, autoestima e poder.
Quando as crianças aprendem a regular as emoções negativas, não precisam ser tão disciplinadas e reprimidas pelos pais, e se dispõe mais a buscar soluções para os problemas e conflitos.
Ao ajudar a encontrar soluções, incentive a criança a pensar por si própria e a resolver o problema, pergunte-lhe o que ela quer, ajude a escolher as melhores opções pensando em conjunto nas consequências, relembre as opções de sucesso e escolham as opções mais viáveis e eficazes.
Crianças que têm preparo emocional são fisicamente mais saudáveis e apresentam melhor desempenho escolar do que as que não tem. Estas crianças se relacionam melhor com os amigos, têm menos problemas de comportamento e são menos propensas à violência. Têm menos sentimentos negativos sobre si mesmo, os outros e a vida e mais sentimentos positivos.
As crianças com preparo emocional são mais flexíveis. Elas não deixam de ficar tristes, irritadas ou assustadas em circunstâncias difíceis, mas têm mais capacidade de se acalmar, sair da angústia e procurar atividades produtivas. Em resumo, são mais saudáveis e inteligentes emocionalmente.
Novas bases para o relacionamento entre pais e filhos
Para o Atendimento Integral a uma criança, são cinco os passos a serem seguidos:
1) PARAR – Parar o que estiver fazendo ou pensando e dar atenção total à criança. Caso não possa parar naquele exato momento, vale colocar uma das mãos no ombro da criança enquanto diz que logo vai atendê-la. A criança deve ficar esperando ali, juntinho de você. É fundamental deixar de lado ideias preconcebidas sobre o que a criança vai falar.
2) OUVIR – É a parte racional. Os pais devem olhar no fundo dos olhos da criança, como se a ouvissem com os olhos. A criança precisa aprender a se expressar. Não se deve tentar adivinhar o que ela quer. Quando pede alguma coisa, ela está desenvolvendo sua capacidade de pensar, de formular uma pergunta e de se expressar para que outras pessoas possam compreendê-la.
3) OLHAR – É a parte instintiva. Tudo o que se percebe visualmente também tem de ser considerado para compreender a criança.
4) PENSAR – Todos os elementos percebidos, tanto visualmente quanto verbalmente, mais o sentido educativo que se queira imprimir na formação da criança, devem fazer farte da resposta a ser dada. Sentido educativo é o objetivo a ser atendido com a educação que está sendo dada.
5) AGIR – Essa ação ou resposta deve ser bem clara e objetiva, saciando o desejo e a necessidade da criança, e estimulando a autonomia e a autoestima.